Na Europa pré-cristã, o solstício do inverno sempre foi uma boa razão para celebrar com cerveja. Há mais de 1 000 anos, na Escandinávia, os vikings já produziam cervejas de inverno de propósito para uma festa chamada de Jól, ou Yule em inglês, que homenageia os deuses nórdicos. Mas à medida que o cristianismo se espalhou pela Europa e as festas cristãs substituíram as pagãs, mantendo, porém, as datas e modus operandi, a cerveja teve um papel preponderante na assimilação das novas tradições.
Por exemplo, quando chegou a vez de os países nórdicos se converterem ao cristianismo, e para acelerar este processo, o rei Haakon I, da Noruega, ordenou que cada casa agrícola deveria não só festejar o natal, festa que substituiu o solstício de inverno, mas também produzir as suas cervejas típicas — hoje conhecidas, internacionalmente, como Christmas Beer. Quem não o fizesse seria multado e, nos casos mais graves, poderia até perder as suas terras. Talvez por isso, até há cerca de 200 anos, todas as casa agrícolas norueguesas ainda produziam cervejas, exclusivamente, para esta época do ano.
As cervejas de natal eram feitas em casa, provavelmente por mulheres, e tinham um elevado teor alcoólico, propício a combater o rigor do inverno escandinavo. Sendo uma cerveja especial, só os melhores cereais eram utilizados na sua confeção. Por outro lado, na tentativa de melhorar o produto final, as mestres cervejeiras experimentaram adicionar zimbro e outras ervas, criando novos sabores. Um dos fatores característicos da Christmas Beer, que se manteve ao longo dos séculos, é, assim, a utilização de ingredientes alusivos à época, como as nozes ou os frutos secos ou, mais tarde, as especiarias.
Com o decorrer dos séculos, as cervejas de Natal estabeleceram-se nas ilhas britânicas e na Bélgica, locais que, como sabes, ainda hoje têm uma cultura cervejeira fervilhante. Curiosamente, as cervejas natalícias não vingaram na Alemanha, país que, estando “agarrado” à sua célebre lei da pureza, fez das Bock de inverno as suas Christmas Ale.
Em Inglaterra, e embora não possamos dizer que há uma tradição de cervejas de Natal como nos países nórdicos, alguns estilos são tradicionalmente mais procurados nesta época. É o caso das chamadas Winter Warmers, ou seja, cervejas da família das Old Ale desenvolvidas para a época.
Findo o período das cervejas de outono, das Märzen e das Pumpkin Ale, as Winter Warmers chegam com o seu caráter maltado, respeitando a tradição britânica de receber o Natal com cervejas fortes e alcoólicas, ideais para o frio gelado das ilhas britânicas e que funcionam, por vezes, quase como aperitivos para as refeições. Assim, entre os estilos típicos das Winter Warmers encontramos não só as Old Ale mas também Barley Wine, Yorkshire Stingo ou Burton Ale, todos desenvolvidos nos séculos XVIII e XIX.
No resto da Europa, as primeiras cervejas de Natal foram comercializadas já no século XIX. Tal como as Winter Warmers, estas eram, tradicionalmente, bebidas escuras e maltadas, que saciavam o corpo e elevavam a alma. A exceção é a Stella Artois, marca icónica da cultura cervejeira belga, cuja primeira cerveja de Natal data de 1926. Fica a saber que a própria palavra Stella, “estrela” em latim, surge para comemorar a estrela de Natal.
Burton-on-Trent é um nome a fixar na cultura cervejeira. Foi nesta cidade inglesa, conhecida pelas águas ricas em sulfato de cálcio, que eram fabricadas, no início do século XIX, várias cervejas para exportar para os aristocráticos do báltico. Quando Napoleão Bonaporte, e o seu Bloqueio Continental, pôs fim a este negócio, uma das cervejeiras, Allsopp, reinventou-se com a produção de uma cerveja especial para exportar para a Índia. Foi assim que, em 1823, a Bow Beewery Allsopp criou a primeira IPA. O resto é história.
É também em Burton que nasce uma das Winter Warmers mais reconhecidas da cultura cervejeira inglesa. A Burton Ale é uma cerveja forte e envelhecida, adocicada e relativamente lupulada. Em termos práticos, Burton Ale e Old Ale são o mesmo estilo e, sendo assim, opções muito respeitáveis para consumires no Natal.
Hoje em dia, são produzidas várias cervejas que podem muito bem nos acompanhar nesta época do ano. Em 2021, por exemplo, o Super Bock Group lançou a sua própria Christmas Brew. Neste caso, uma Vienna Lager de características generosas: duplo malte, aroma predominantemente maltado, com notas tostadas e de café ligeiro.
Se quiseres beber uma Christmas Beer, e na ausência, em Portugal, de estilos desenvolvidos especificamente para esta altura do ano, podes optar por degustar cervejas ricas e complexas. Estas bebidas são ideais não só para a época natalícia, mas para todo o inverno. A Super Bock Selecção 1927 Barrel Aged Premium Lager pode ser uma boa aposta, um estágio em barricas de Carvalho Francês e Americano, que reforçam o ser caráter maltado e notas de caramelo, conferindo-lhe ao mesmo tempo a complexidade de aroma e sabor de madeira, harmonizam, por semelhança, com a doçaria da época. E se ainda fores a tempo, podes também aquecer o teu inverno com o nosso Lote Experimental 8 Winter Ale.
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