Mother Louse: a alewife que deu cara à cerveja feita em casa
Curiosidades
Mother Louse: a alewife que deu cara à cerveja feita em casa

Viveu em Oxford, Inglaterra, no século XVII, e levou o nome das alewives até aos nossos dias. Conhece melhor Mother Louse, a alewife que fazia a melhor cerveja da sua cidade, mas também a arte de fazer cerveja em casa nas idades Média e Moderna. 


Chapéu alto e preto, nariz grande, queixo proeminente, gola e avental brancos. Na mão, uma caneca e um jarro de cerveja. A icónica pintura de David Loggan (c. 1650) imortalizou Mother Louse (ou Louise, como por vezes é chamada) como a mais célebre alewife da história. E dizem os registos que a fama é merecida.


Era na sua alehouse, conhecida como Louse Hall, que se bebia a melhor ale da cidade de Oxford, a 90 quilómetros de Londres. Tratava-se de uma bebida cuja grande diferença para a cerveja que hoje bebemos, se falarmos apenas dos ingredientes, era a ausência de lúpulo.


Para conheceres melhor o que faziam as alewives, mulheres que produziam cerveja para obter um pequeno lucro, tens de entrar na cápsula do tempo e tentar perceber como seria a vida nas cidades britânicas nos séculos que antecederam a Revolução Industrial. 

Não acredites em bruxas...

Do antigo Egipto até à Idade Média, as mulheres sempre tiveram um papel muito importante na produção de cerveja. Mas à medida que a sociedade evoluiu para a Idade Moderna, esse papel foi reforçado nas ilhas britânicas. Naquele tempo, produzir cerveja era considerado um trabalho doméstico e, por isso, executado por mulheres. As cidades não possuíam saneamento básico e a água potável era uma miragem, mas o processo de fermentação da cerveja criava uma bebida estéril, com um baixo teor alcoólico e que era uma opção mais segura para os cidadãos se hidratarem. 


Dar de beber ao agregado familiar não era trabalho fácil, dada a grande quantidade de cerveja que era necessário produzir. Se a isto juntarmos o reduzido prazo de validade da bebida, foi necessário encontrar um modo de responder a estes desafios em comunidade. Assim, as famílias começaram a partilhar cerveja com os vizinhos: todas as semanas, uma matriarca produzia mais cerveja do que a sua família precisava, vendendo o excedente à comunidade. Esta cultura de partilha evoluiu e algumas mulheres, as mais empreendedoras e cujas bebidas eram elogiadas, tornaram-se profissionais. Por vezes, elas abriam a porta de casa aos vizinhos e conhecidos, criando bares temporários nos quais as pessoas se sentavam, contavam histórias e bebiam. 

... mas que as há, há

As alewives tinham várias formas de identificar e promover o seu negócio. Usavam chapéus altos para serem reconhecidas nas ruas cheias de gente, mas também colocavam vassouras à frente das casas ou das tabernas que vendiam cerveja – a vassoura era um símbolo de trabalho doméstico, daí a escolha por este elemento. Era comum, também, ver gatos junto das casas que produziam cerveja, visto serem essenciais para afastar os ratos que se alimentavam dos grãos utilizados para a produzir ale


Embora esta iconografia nos reencaminhe imediatamente para a simbologia das bruxas, não existem provas exatas da associação entre ambos. Pelos registos históricos é possível perceber, porém, a má reputação que as alewives tinham na sociedade, seja por enganarem os consumidores com ingredientes de má qualidade, oferecerem quantidades menores de bebida do que o previsto ou inflacionarem preços. O facto de serem mulheres numa era marcadamente masculina também não ajudou a criar uma reputação positiva, daí que pinturas como a de David Loggan não façam justiça à importância das alewives na sociedade britânica.  

Mother Louse: a alewife que deu cara à cerveja feita em casa

Fim de uma era

O sucesso do negócio das alewives contribuiu, em parte, para o seu declínio. Ao perceberem o lucro envolvido, os homens começaram a abrir bares que juntavam conhecidos e desconhecidos à volta de uma pint de cerveja. Por outro lado, a indústria profissionalizou-se e o lúpulo foi finalmente introduzido na cerveja britânica, apesar de alguma desconfiança inicial. 


Era o fim das alewives como comerciantes, mas estas mulheres continuaram a fazer cerveja – com pouco álcool, note-se – até à Revolução Industrial.  Com esta chegaram novos métodos de produção cervejeira que tornaram a bebida mais acessível e barata. 


Quanto a Mother Louse, ela continuará a ser o símbolo das alewives, mulheres que escreveram um capítulo curioso da história da cerveja e contribuíram, modestamente, para o crescimento e notoriedade da bebida que hoje bebes com tanto prazer. 

A gravura que imortalizou Mother Louse

Foi preciso um século e meio para que a icónica pintura de David Loggan ganhasse o seu espaço na História. Em 1793, o editor C. Johnson publicou a gravura de Mother Louse, reproduzida a partir da tela original, na revista Wonderful Magazine. O desenho é acompanhado por um poema humorístico e por um brasão falso com três piolhos (Louse, em inglês, é piolho). Sabe-se também, através deste documento, que antes de ser propriedade de Mother Louse, a Louse Hall foi um hospital e um asilo para os pobres.

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