Poucos objetos abstratos dão tanta emoção à nossa vida como os números. Através deles podemos rir e chorar, anuir ou admirar. E se, por vezes, a paixão pelos números pode ser vista como algo aborrecido, há sempre os dois lados da mesma face. Conheça, neste artigo, alguns dos números mais surpreendentes de uma bebida que, nas nossas vidas, preferimos sempre somar a subtrair.

É provável que várias garrafas de Super Bock, de diferentes estilos e décadas, estejam em casa de Ron Werner. A 27 de janeiro de 2012, o norte-americano possuía a maior coleção de garrafas de cerveja do mundo: 25 886, todas por abrir. Werner, que reside na cidade de Carnation, Washington, começou a guardar garrafas de cerveja aos 14 anos, assim como outro merchandising relacionado com a indústria cervejeira: sinais, espelhos, latas e abre-cápsulas. Todos os anos, Werner adiciona mais 1 000 garrafas ao seu espólio, pelo que o número deverá rondar, em 2021, as 33 000 garrafas. Além de ter paciência e tempo para se dedicar à coleção, é preciso muita força de vontade para não beber néctar tão delicioso. 

Não é um número de telefone de valor acrescentado, mas a quantidade de litros de cerveja consumidos em todo o mundo em 2019, de acordo com o portal Statista. Trata-se de uma quantidade suficiente para encher 75 675 piscinas olímpicas. Por outro lado, estes 189 mil milhões de litros, mais litro menos litro, representam um aumento de 0,5% em relação à cerveja consumida em 2018. Em que ano chegaremos aos 200 mil milhões?

Em 2014, uma cervejeira britânica desenvolveu um copo gigante para comemorar a passagem do Tour, a volta a França em bicicleta, pela cidade de Halifax, Inglaterra. Desenvolvido por Angus Wood e Ed Dupuy, da Stod Fold Brewing Company, o copo tinha capacidade para 1 734 litros e acomodava 3 664 pints. Tratava-se, sem surpresa, do maior copo de cerveja alguma vez desenvolvido até à data. A cerveja escolhida para encher o copo foi uma ale com 3,8% de teor alcoólico. Bem leve e refrescante, como desejariam os ciclistas no final da etapa.

É uma cerveja, mas pouco. A Snake Venom ganhou popularidade pela alta percentagem de álcool (ABV): 67,5%. Não é gralha, é mesmo assim. A cerveja é produzida pela escocesa Brewmeister e para já ostenta o prémio – não oficial – de cerveja mais alcoólica do mundo. Mais difícil do que escrever sobre ela? Bebê-la.

Este é o ano em que terá sido fundada, na Baviera, Alemanha, aquela que se julga ser a cervejeira mais antiga do mundo em atividade, a Weihenstephan. Nessa data, o abade Arnold obteve uma licença da cidade de Freising para produzir e vender cerveja. A primeira referência ao lúpulo, neste mosteiro, é ainda mais antiga: ano de 768.

A 24 de agosto de 2014, o francês François Monin abriu 2 000 garrafas de cerveja em 23 minutos e 55 segundos. À partida, o número de minutos pode parecer exagerado para um ato tão simples como abrir uma cerveja com um abre-cápsulas. Quando analisamos os números à lupa, porém, percebemos a verdadeira dimensão do feito. A cada minuto, Monin abriu 85 garrafas, o que dá uma média de 1,4 caricas por segundo. Monin, que trabalhava há 10 anos em bares à altura deste recorde, bem pode agradecer aos seus clientes a experiência acumulada ao longo do tempo. Touché!

Ano em que foi publicada a Lei da Pureza da Cerveja, que regulamentou a produção na Baviera. Instituída por Wilhelm IV, a norma estipulou o uso de apenas três ingredientes: água, malte de cevada e lúpulo – a levedura foi incluída na receita assim que foi descoberta. Esta lei, além de garantir a boa qualidade da cerveja ao longo dos anos, trata-se de uma das leis alimentares mais antigas do mundo ainda em vigor.