É o protagonista de várias histórias populares, de tal forma que é impossível distinguir onde termina a realidade e começa a ficção. Uma coisa é certa: Gambrinus é um nome incontornável na cena cervejeira até à atualidade.
É o nome de um restaurante em Lisboa, de um café em Nápoles e de uma cerveja da República Checa. Uma primeira pesquisa no Google sobre “Gambrinus” mostra que é um nome que correu mundo. Mas quem foi, afinal, esta personagem?
Personagem é o termo certo, já que falamos de histórias, mais do que de História. Ou não estivesse o nome Gambrinus, com origem na mitologia antiga, envolto num tal misticismo que a diferença entre realidade e ficção se torna difícil de discernir. Mas já lá iremos.
Certo é que Gambrinus é uma figura incontornável da cena cervejeira. A sua imagem, de capa de arminho e coroa, sentado ao lado de um barril de cerveja, espada numa mão e taça na outra, correu mundo sobretudo a partir de meados do século XIX, a partir de inúmeras histórias que se popularizaram. Se ele realmente existiu ou não, isso são outros quinhentos, com pouca importância neste enredo.
Pouco ou nada se sabe sobre a origem do nome Gambrinus. Há, porém, algumas teorias. Uma delas afirma que o nome deriva da cidade de Cambray, conhecida pela produção cervejeira e pelos gambarius que nela trabalhavam. Outra garante que o nome provém da palavra germânica medieval gambra, que significa germinação de grãos, ou cambier, nome dado aos cervejeiros do norte de França na Idade Média.
Há duas outras histórias sobre Gambrinus que escaparam à lei do esquecimento. Na primeira, Gambrinus era visto como um homem de grandes feitos, líder dos cervejeiros da Flandres – região que se distribui pelas atuais Bélgica, Holanda e França - e capaz de transportar sozinho um barril de cerveja.
Este feito valeu-lhe o cognome de Rei da Cerveja. Uma segunda história popular é mais densa: Gambrinus surge como um homem bem-parecido, mas pobre, que se apaixona pela filha do patrão, Flandrine. Rejeitado por ela, Gambrinus faz um pacto com o diabo para que a apaixonada ceda aos seus encantos. É o diabo que lhe dá a conhecer a cerveja, o ensina a produzi-la e a construir uma cervejaria.
O sucesso da bebida, e do negócio, levam o Rei da Holanda a conceder-lhe o título de Duque de Brabant. É este título nobiliárquico que convence Flandrine a aceitá-lo mas, quando o momento chega, Gambrinus já não se recorda dela – a cerveja tinha-o feito esquecer o amor não retribuído. Quando, 30 anos depois, o diabo vem recolher a alma negociada, Gambrinus consegue hipnotizá-lo com a música do carrilhão e adia assim a recolha da alma até à data da sua morte.
O Rei da Cerveja vive quase 100 anos. Quando chega ao Inferno a mensagem que morreu, o diabo regressa à Terra mas só encontra um barril de cerveja no que antes era o seu corpo. Aceita, então, que a alma do Rei da Cerveja nunca será sua.
11 de abril
É considerado, em todo o mundo, o dia do Rei Gambrinus, uma oportunidade para celebrar bebendo uma cerveja
Muitas outras histórias haveria para contar sobre Gambrinus - como aquela em que recebe a cerveja como presente diretamente da deusa da fertilidade, Isis. Mas o mais importante a reter é que, apesar de míticas, as histórias sobre Gambrinus têm um fundo de verdade.
Esta verdade, pensam os historiadores, cruza-se com duas figuras históricas dos séculos XIII e XIV. A primeira, de seu nome Jean Primus (1251-1295), foi Duque de Brabant (uma área que abrange territórios das atuais Bélgica e Holanda) e baptizado com o epíteto “John, o Victorioso”.
Governou a Flandres no final do século XIII e ficou conhecido pela sua força física e bravura na batalha, por conquistar Limburg (uma província holandesa) e por ser pai de vários filhos ilegítimos. Divertido e bem disposto, dizia-se que conseguia beber 144 pints de cerveja durante um único banquete.
A segunda figura é “John, o Destemido” (1371-1419), um duque de perto de Burgundy, em França, que herdou o título de Conde da Flandres em 1405. Diz-se que foi ele que introduziu o uso do lúpulo nas cervejas da Flandres e instituiu a Ordem do Lúpulo, que reconhecia cidadãos exemplares e os celebrava embebedando toda a gente.
A partir destas figuras, a história ter-se-á encarregado de popularizar a figura de Gambrinus, que sobretudo a partir de meados do século XIX se tornou recorrente em histórias, poemas e canções tradicionais, muitas vezes relacionadas com a cerveja.
Sabias que…
Em meados dos anos 1800, as cervejarias na Europa eram, muitas vezes, decoradas com estátuas e imagens de Gambrinus e o mesmo aconteceu nos Estados Unidos através dos colonos alemães, que levaram consigo a tradição quando abriram as primeiras cervejarias.
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