Cervejas de trigo: uma família muito moderna
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Cervejas de trigo: uma família muito moderna

No mundo cervejeiro, a História encarrega-se de aproximar ou afastar os estilos e subestilos que compõem o extenso cardápio que se encontra disponível, hoje, para os consumidores. Na árvore genealógica das cervejas de trigo, por exemplo, podemos encontrar a mestria dos cervejeiros alemães, mas também a inspiração belga e a inovação americana. Conhece os laços familiares entre algumas das principais cervejas desta natureza. 


A Alemanha é o coração da cerveja de trigo e a tradição vem de longe. O primeiro indício da cerveja de trigo na Europa foi encontrado numa ânfora localizada num cemitério celta junto de Kulmbach, na Baviera. A data? 800 a.C. Foi também neste estado alemão que as cervejas de trigo, ou Weissbier, floresceram.


Primeiro, por influência dos monarcas: o Duque Maximiliano I criou a primeira cervejeira especializada em cervejas de trigo, em Munique, no século XVI. Nesta altura, todas as cervejeiras eram detidas pela coroa, situação que persistiu até início do século XIX, início do declínio deste estilo.


Entra em ação, então, George Schneider, empresário que aproveita o fim do monopólio real para comprar uma cervejaria antiga e relançar as weiss ales. De 1872 até aos nossos dias, a popularidade destas cervejas de trigo sofreu altos e baixos.


Mas hoje, este estilo, cuja característica principal é possuir pelo menos 50% de malte de trigo, goza de um estatuto ímpar na cena cervejeira alemã. Conhece melhor a árvore genealógica das cervejas de trigo, descobre o que as une e separa e quais os sabores e aromas que te vão chamar a atenção.

Hefeweizen

A matriarca da família. Também conhecida por Weizenbier ou Weissbier, esta é a cerveja de trigo mais antiga mas também a mais popular, sobretudo no sul da Alemanha. Trata-se de uma cerveja não filtrada e turva, com baixo amargor e um teor alcoólico entre 4% e 6%.


Quando a cerveja é servida no copo evidencia-se uma espuma espessa e duradoura, mas também é quando se sentem os aromas moderados a banana e cravo. Destaque ainda para o leve aroma a trigo, o sabor algo doce (para o qual contribui a quase ausência de lúpulo) e para o final seco.

Kristallweizen

A irmã gémea (falsa). Se a Hefeweizen iniciou a linhagem das Weissbier, a Kristallweizen é sua irmã, dada a sua semelhança com a primeira. A grande diferença está na filtração: a Hefe não é filtrada (aliás, a Hefe significa levedura em alemão), ao passo que a Kristalweizen faz desta a sua principal característica diferenciadora, o que lhe dá um aspeto cristalino e uma cor clara.


Com um teor alcoólico entre 4% e 6%, é uma cerveja efervescente e, por isso, servida num copo alto e estreito. Mais leve que a Hefe, a Kristallweizen tem aroma de banana e sabores frutados e picantes. Trata-se, sem dúvida, de uma excelente cerveja para beberes num dia quente.

Weizenbock

A meia-irmã. Filha da tradicional Bock alemã, uma lager, e da Weissbier, a Weizenbock é uma cerveja de trigo complexa, encorpada, intensa e com um teor alcoólico elevado: entre 6% e 12%. Frutada e maltada, e com duas versões, uma clara, outra escura, mas ambas de aparência turva, a Weizenbock tem amargor baixo e carbonatação alta.


A espuma varia de branco a bege-claro, sendo bastante espessa, cremosa e duradoura. O sabor é de pão maltado, biscoito, trigo e grãos. As versões claras têm notas mais leves de pão tostado e grãos doces; as escuras destacam-se pelos sabores de maltes profundos, ricos em pão tostado.

Dunkelweizen

A filha sofisticada. Uma versão escura da cerveja de trigo que dificilmente passa despercebida, apesar da aparência turva. Musculada, forte e agradável, a Dunkelweizen acompanha bem as refeições. De tal maneira que é conhecida por ter uma legião de adeptos junto dos apreciadores tradicionais de vinho.


Com notas de caramelo, castanhas e chocolate e baixo amargor, num equilíbrio perfeito entre malte e lúpulo, a Dunkelweizen é encorpada e tem um teor alcoólico que varia entre 5% e 7%. É altamente carbonatada, com o sabor dos maltes presente em cada gole.

White IPA

A filha viajada. Tal como o nome poderá indicar para os mais atentos, a White IPA é uma cerveja de trigo (White e Weiss significam “branco” em inglês e alemão, respetivamente), sendo, na prática, uma IPA de trigo. É uma cerveja clara, naturalmente turva, como todas as que usam este cereal, e que apresenta aromas cítricos e florais e um final com amargor mais acentuado.


O corpo é baixo e a espuma persistente. Combina os sabores e aromas das cervejas de trigo tradicionais com o dos lúpulos utilizados para o processo de dry hopping, a adição de lúpulo a frio durante a maturação.

Cervejas de trigo: uma família muito moderna

Berliner Weisse

A cunhada da capital. Versão regional da Weissbier, a Berliner Weisse é uma sour beer que se tornou conhecida, diz a lenda, por ter encantado Napoleão, que a apelidou “champagne do Norte”. É uma cerveja clara, leve e refrescante, carbonatada e ácida.


Ao contrário de outros estilos como uma leve acidez, como as Lambic belgas, a acidez láctica da Berliner Weisse é proveniente da bactéria da casca do malte, quando integrada no mosto cervejeiro. Levemente turva, a Berliner Weisse pode ser brilhante e apresentar-se com cores diferentes, uma vez que, recentemente, algumas cervejeiras começaram a adicionar fruta à bebida. O corpo e o amargor são baixos e as características do trigo podem por vezes aparecer através de um leve aroma de pão.

Witbier (ou Blanche)

A prima belga. O antepassado é comum, mas as fronteiras ditaram o futuro, e o presente, da Witbier e da Weiss. Originária da Bélgica, a Witbier é produzida com 30% a 50% de trigo não maltado, o que contrasta com os 50% de trigo maltado da Weissbier.


Trata-se, ainda assim, de uma cerveja não filtrada, o que lhe dá uma cor turva, devido às partículas de levedura e à proteína de trigo em suspensão. A Witbier, que em França é conhecida como Blanche, tem uma cor que varia entre o amarelo-palha e o dourado claro, podendo ter uma aparência esbranquiçada e leitosa. Neste subestilo são frequentes aromas cítricos e de coentros, já que, durante o processo de produção, são acrescentadas sementes de coentros e cascas de laranja.


A espuma é densa e rica e o aroma refrescante e frutado. O sabor é agradável a malte, com um caráter cítrico de laranja e uma leve acidez láctica. O amargor do lúpulo é baixo a médio-baixo e o sabor residual é herbal, de acidez leve e seco.

American Wheat Beer

A prima (em segundo grau) americana. Um estilo com relevante popularidade no seio das cervejas artesanais, a American Wheat Beer não é mais que a adaptação da Weissbier por parte dos cervejeiros norte-americanos. Trata-se de uma cerveja versátil e leve, que combina uma variedade grande de ingredientes.


Tal como a Hefeweizen, é uma cerveja não filtrada, pelo que pode ter uma aparência que varia de brilhante a turva. Mas sem terem acesso à levedura Ale bávara, os cervejeiros norte-americanos foram obrigados a utilizar as leveduras que tinham disponíveis. Não existe, assim, o aroma a banana e cravo da Hefeweizen, nem o caráter frutado e picante da Witbier. Além de mais lupulada, a Wheat Bear pode possuir também um leque mais extenso de ingredientes, entre os quais a framboesa, a melancia e a pimenta.

WheatWine

A prima (em terceiro grau) americana. Evolução da American Wheat Beer, a WheatWine destaca-se pelo volume alcoólico e notas tostadas, de pão e de frutos secos e bem integradas com aromas lupulados, muitas vezes com caráter licoroso.


Trata-se de uma cerveja de textura rica e corpo elegante, que pode continuar a sua evolução em barricas de madeira. Este estilo de cerveja artesanal americana é relativamente recente, tendo sido produzido pela primeira vez em 1988. Hoje, é regularmente utilizado como cerveja sazonal de inverno ou em edições especiais impulsionadas pela inovação da escola americana.


Durante séculos, cada estilo de cerveja viveu no seu mosteiro, nas vilas e cidades que se foram desenvolvendo com o passar dos anos. As cervejas de trigo ocuparam o espaço geográfico da atual Alemanha, evoluindo com o talento dos mestres cervejeiros de Munique e de Berlim.


Na Bélgica, foram integradas na cultura cervejeira local e mais recentemente, nos Estados Unidos, beneficiaram da inovação, sempre presente na cena artesanal. Mas a sua história ainda agora começou. O que nos reservará o futuro para as cervejas de trigo?


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