Carlos V, o imperador sequioso que elevou a cerveja em Espanha
Curiosidades
Carlos V, o imperador sequioso que elevou a cerveja em Espanha

Algumas cervejas e cervejarias da Europa mantêm viva a memória deste homem de ar austero e armadura, porque Carlos V era, de facto, um amante como poucos de cerveja. Nascido na Flandres do século XVI, quando o imperador assentou bases em Espanha teve de levar a bebida com ele. 

 

A biografia de Carlos V da Alemanha (ou Carlos I de Espanha) mostra como este imperialista fervoroso tinha dificuldade em permanecer muito tempo no mesmo lugar - consta que passou um quarto do reinado na estrada. Nasceu na Bélgica, em 1500, morreu em Espanha, em 1558, foi sacro-imperador romano, arquiduque da Áustria, duque da Borgonha (região que hoje pertence a França), senhor dos Países Baixos e rei da Germânia. Liderou, ainda, uma boa parte da colonização espanhola do continente americano. 

 

Filho de Filipe, o Belo, e de Joana, a Louca, ambos monarcas de Castela, as heranças de Carlos estavam muito longe de ser um pequeno terreno ou meia dúzia de moradias. Ainda adolescente, viu-se dono dos países baixos da Borgonha e aos 16 anos já era rei de Espanha. Ainda assim o legado pareceu-lhe parco. Se tivesse nascido nos dias de hoje, chamar-lhe-iam, seguramente, o empreendedor. As ideias de crescimento e expansão eram, para ele, centrais. Com tudo isto, levanta-se a questão: onde encontrou Carlos tempo para a cerveja?

A sede de um imperialista

Consta que Carlos V, o imperador, era um bom garfo e que a comida, normalmente bem apurada e temperada, lhe sabia melhor na companhia de uma boa cerveja, a única bebida que o monarca considerava conseguir matar verdadeiramente a sede.

 

A juventude na Bélgica, nação-mestra da cerveja, ter-lhe-á aguçado o dom de apreciar a bebida e, nesse aspeto, Carlos nunca deixou de ser um filho da terra. Tão necessário era o copo âmbar sobre a mesa que quando o jovem Carlos se mudou para Castela, em Espanha, a fim de governar o país, passou a importar a sua cerveja favorita desde a Flandres. Mandava marcar os seus barris com um selo personalizado, em que a sua figura surgia transpirando poder em cima de um cavalo. 

 

Não satisfeito, mais tarde, ordenou que uma equipa de mestres cervejeiros viesse desde Malinas para fabricar a bebida em Espanha. Mas fê-lo à maneira de Carlos, ou seja, à grande, impulsionando o crescimento de uma nova indústria na região. Com a indústria, emergiu também uma nova cultura, porque a cerveja que Carlos importou do norte conduziu o palato castelhano a novos hábitos.

Um novo conceito de cerveja entra em Espanha

Reza a história que Espanha, país de vinho, produzia e consumia muito pouca cerveja no século XVI. Além disso, a cerveja dominante era amarela, ligeira e suave. Para o imperador habituado aos ventos do mar do norte, o conceito de cerveja era outro: deveria ser mais encorpada, com cereais mais tostados e algum amargor, ao estilo belga.

 

E era também uma cerveja com maior gradação alcoólica, rondando os 8,5%, ideal para acompanhar as carnes de caça e salsichas alemãs que faziam as delícias do imperador. Com esta entrega e investimento na bebida, Carlos V foi responsável por uma súbita popularidade da cerveja em Espanha.

Com a bebida até ao fim

Toda esta dedicação à bebida faz parecer que a vida deste monarca foi em torno do negócio e do prazer da cerveja. Longe disso. O flamengo era sedento em todos os aspetos e a sua ânsia levou-o a tornar-se num dos maiores imperadores de todos os tempos. A dimensão do território, que ultrapassava a barreira do Atlântico chegando aos incas e aztecas, era tão avassaladora que se dizia que o sol nunca se punha sobre o império de Carlos V. 

 

Apenas nos últimos meses de vida, o sedento rei colocou de parte os mapas, as cartas militares e as estratégias expansionistas, mas nem por isso abandonou a sua fiel companheira de mesa. Após ter abdicado do trono, em 1556, retirou-se para o mosteiro de Yuste, em Espanha, levando consigo uma equipa de cervejeiros experientes liderada pelo mestre van der Duysen. Ali montou o seu (último) pequeno império borbulhante, que lhe matou a sede até aos 58 anos.

As duas cervejas que dão longa vida ao rei

Poucos quilómetros separam a cerveja Gouden Carolus, fabricada pela centenária Het Hanker (em Malinas), da Charles Quint produzida pela Haacht (em Boortmeerbeek). Mas há mais pontos de contacto entre estas duas criações belgas: são ambas rubi, encorpadas e de alta fermentação, e homenageiam Carlos V. A primeira, aliás, fornecia o monarca desde a sua juventude e ainda se mantém em funcionamento.


Apesar da evolução tecnológica, a primeira, de cor rubi escura, mantém-se fiel aos princípios tradicionais do século XV. Após pelo menos três semanas de maturação, chega ao copo densa, com um aroma e um final de boca acentuados. Já a Charles Quint, criada na década de 50 do século passado, originalmente na versão rubi, é uma cerveja rica e com um aroma levemente doce a malte.

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