8 cidades-berço de cerveja

Há cidades e vilas que se confundem com estilos de cerveja e cervejas que se confundem com a história da Europa. Viaja pelo roteiro dos destinos que estão na origem de cervejas icónicas, desde Porters a Lambics.

Sabias que, na Bélgica, há uma cerveja que fermenta ao ar livre com levedura selvagem? E que em Colónia, na Alemanha, as cervejas genuínas são protegidas por uma convenção criada em 1986? Ou que, em Munique, a cerveja é servida em canecas que pesam mais de dois quilos? A cultura cervejeira está cheia de boas histórias, incluindo as de cervejas que se ligam inevitavelmente à história dos locais onde nascem, de tal forma que os nomes da cerveja e da localidade passam a confundir-se. Da Alemanha à República Checa, passando pela Bélgica e Inglaterra, apresentamos-te oito cidades que são berço de cerveja e contamos-te as suas histórias. Para saberes mais, basta continuares a ler.

1. berlim - alemanha

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Símbolo-maior da história do século XX, a capital alemã é considerada a menos alemã de todas as cidades. Vibrante de cor e cosmopolita, respira diversidade e respeito pela diferença em cada bairro. O Muro de Berlim, o Checkpoint Charlie, o Reichstag e a Torre da Televisão são alguns dos locais icónicos, mas é na múltipla oferta de cafés e restaurantes, nos parques e jardins e nos espetáculos alternativos que se sente o pulso deste bastião da liberdade. A não perder são também os ‘jardins de cerveja’ (biergarten), ideais para descontrair com os amigos depois de um dia de trabalho, sobretudo nos meses entre abril e setembro. As pequenas cervejarias artesanais de bairro pululam e merecem uma visita guiada, mas a mais clássica marca da cultura cervejeira na cidade é a incontornável Berliner Weiss.

a cerveja: Berliner weisse (Ale)


- Com 25% a 50% de malte de trigo e o restante de malte de cevada, é apelidada de “branca de Berlim”.


- Cerveja de fermentação alta, teor alcoólico entre 2,8% e 3,8% e sabor ácido.

- Por ser pouco filtrada, uma quantidade de levedura passa para as garrafas e ali prossegue o processo de maturação.

- Pelo seu caráter vivo e elegante, era chamada “o champanhe do norte” pelas tropas de Napoleão em 1809.

2. Colónia - alemanha

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As torres da catedral gótica, construída entre 1248 e 1880 e considerada Património Mundial da UNESCO em 1996, marcam a paisagem de Colónia. Situada no cruzamento entre o rio Reno e uma das principais rotas comerciais terrestres entre Europa Ocidental e Oriental, a sua importância estratégica é tal que, depois da Segunda Guerra Mundial, o centro teve de ser quase totalmente reconstruído. Hoje, com mais de 42 museus, 120 galerias e uma animada cena teatral, Colónia afirma-se como centro cultural. Mas nenhuma descrição está completa sem referência à tradição cervejeira que remonta à Idade Média e que, nos final dos anos 1800, deu lugar à cerveja Kölsch. Os melhores locais para a provar são os tradicionais pubs que fabricam cerveja - Brauhaus.

a cerveja: Kölsch (Ale)


- Cervejas obtidas por fermentação alta, pálida, com bastante lúpulo, ligeiramente acre e frutada, com uma graduação alcoólica entre 4,4% e 5,2%.

- Apesar de fermentadas com levedura ale (fermentação alta), são condicionadas a frio como as cervejas lager.

- Foram desenvolvidas nos anos 1800 para combater a popularidade das emergentes cervejas de baixa fermentação pale lagers.

- São protegidas pela Convenção de Kölsch (6 de março 1986), que restringe a designação a pouco mais de 20 cervejarias ao redor de Colónia.

- São servidas em copos altos e cilíndricos de 200 mililitros (Stange).

3. dortmund - alemanha

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Popularizada pela equipa de futebol e com mais de 600 mil habitantes, Dortmund é a maior cidade da região da Renânia do Norte - Vestfália (Alemanha Ocidental). No século XIX, o desenvolvimento do setor mineiro (carvão e aço) e a finalização do canal que a liga ao porto da cidade de Emden estimularam o seu rápido crescimento. Foi neste contexto que nasceu a Dortmunder, uma cerveja com a dose certa de álcool para saciar um trabalhador industrial, sem deixar de o recompensar pelas longas horas de esforço físico. Hoje, a cerveja é um dos principais produtos da região, a par do aço, da maquinaria, dos equipamentos eletrónicos e automóveis. A cidade continua a ser o centro industrial e de transporte, mas respira uma nova vida, com cerca de metade da sua área ocupada por parques e espaços verdes.

a cerveja: Dortmunder (Lager)


- Desenvolveu-se nos anos 1870 como resposta às cervejas de estilo Pilsner.

- Com teor alcoólico entre 4,8% e 6%, é uma lager adaptada aos trabalhadores industriais alemães do século XIX.

- Os altos níveis de sulfato da água da região conferem um distinto sabor a enxofre, que equilibra o amargor do lúpulo.

- Tornou-se muito popular depois da Segunda Guerra Mundial.

- A sua popularidade caiu nos anos 1970, a par da redução da produção industrial de carvão e aço na Alemanha Ocidental.

4. Einbeck - Alemanha

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A tradição cervejeira desta cidade na Alemanha do Norte remonta ao século XIV. Por pertencer à Liga Hanseática - uma aliança de cidades mercantis de influência alemã -, Einbeck afirmou-se como exportadora até ao século XVII. De tal forma que, em 1600, mais de 700 casas tinham licença para fabricar cerveja. Ainda hoje os largos portões arqueados dos edifícios testemunham a passagem dos navios cervejeiros da cidade, a par de outros marcos da riqueza que a tradição cervejeira lhe trouxe. É o caso dos edifícios com estrutura em madeira, das ornamentações e esculturas em estilo Gótico e Renascentista, das igrejas e fortificações parcialmente preservadas, das muralhas e torres de defesa. Para saber mais, nada como fazer uma visita guiada sobre a tradição cervejeira desta cidade histórica.

A cerveja: Dunkles Bock (Lager)


- Cerveja de fermentação baixa elaborada principalmente com maltes Munich e Vienna, com uso ocasional de maltes mais tostados para conferir uma coloração mais escura.

- O alto teor alcoólico (entre 6,3% e 7,2%) facilitava a conservação em longas viagens.

- O termo ‘bock’ baseia-se na decomposição da palavra Einbeck no dialeto da Baviera. Começou a ser usado depois de a cerveja chegar a Munique, onde se popularizou a partir do século XVII.

- Bock também significa ‘bode’ em alemão, daí ser comum este símbolo nos logotipos e publicidade a cervejas deste tipo.

5. Lembeek - Bélgica

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Situada a sudoeste de Bruxelas, Lembeek é uma aldeia belga próxima do rio Sena e do canal Bruxelas - Charleroi. Foi aqui que, no final do século XVIII, nasceu a cerveja lambic - um nome que poderá derivar do nome da localidade ou da palavra ‘alambique’, equipamento que na época era usado também para destilar cerveja. A fermentação com levedura selvagem é a marca distintiva desta cerveja de malte Pilsner e trigo não maltado. Nos meses entre outubro e maio, o mosto é colocado a arrefecer ao ar livre durante a noite, permitindo que o vento e a microflora local inoculem o mosto com a levedura selvagem. Depois, é bombeado para barris de carvalho, onde acaba de fermentar durante 1 ano (lambic jovem) a 4 anos (lambic velha). Após o processo de fermentação, a cerveja matura em garrafa durante, pelo menos, seis meses, para desenvolver o seu sabor característico.

A cerveja: Lambic

- Cerveja de de fermentação espontânea, com levedura selvagem e característico sabor ácido. Teor alcoólico entre 5% e 6,5%.

- Deve conter, no mínimo, 30% de trigo não maltado.

- De acordo com o método tradicional, deve ser usado lúpulo envelhecido (3 anos), que não acrescenta muito aroma ou amargor mas ajuda a preservar a cerveja.

- No final do século XIX havia cerca de 300 produtores de lambic na região, hoje restam 12.

6. Londres - Inglaterra

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Das atrações mais clássicas, como o Palácio de Buckingham, o Big Ben ou as Houses of Parliament, às mais populares, como o London Eye ou o Madame Tussaud, Londres é um autêntico postal. Não é de admirar, não fosse esta uma das maiores, mais antigas e mais cosmopolitas cidades do mundo. Situada no sudeste de Inglaterra, no vale do rio Tamisa, a sua história é indissociável desta via de transporte, considerada a primeira autoestrada da capital britânica. Até 1750, a London Bridge era a única ponte que a atravessava. E foi também por esta altura que o deputado Samuel Whitbread investiu em duas pequenas cervejeiras que pertenciam a Thomas Shewell. Foi assim que começou a ser desenvolvido aquele que viria a ser um dos grandes marcos da cultura cervejeira britânica: a cerveja porter.

A cerveja: English Porter (Ale)

- Cerveja de fermentação alta, de cor escura devido aos maltes torrados, com teor alcoólico entre 4% e 5,4%. É a antecessora das stout, originalmente chamadas stout porters.

- Sofreu várias transformações a partir da brown porter - mais clara e menos amarga -, ao ritmo da evolução tecnológica e da preferência do público.

- O nome porter parece ter sido popularizado no meio dos caixeiros (porters) de Londres.

- Foi a grande responsável pela afirmação de Londres como a principal cidade cervejeira da Grã-Bretanha durante o século XIX. Sofreu declínio na altura da Primeira Guerra Mundial e desapareceu nos anos 1950. Foi reintroduzida em meados de 1970 com o início da era da cerveja artesanal.

7. Munique - Alemanha

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Na capital da Baviera e terceira maior cidade alemã, a cultura cervejeira é incontornável. Palco do Oktoberfest, o maior festival de cerveja do mundo, esta é também a cidade com maior densidade mundial de ‘jardins de cerveja’, espaços que prometem uma experiência repleta de especificidades. A cerveja é servida em canecas de litro (stein) que pesam mais de dois quilos e a tradição dita que se deve brindar dez vezes com cada uma e que o último gole (noagerl) deve ficar na caneca. Outro dado curioso é o facto de, ainda hoje, os visitantes poderem levar os seus próprios snacks, um hábito que tem origem num decreto de 1812 do rei Maximiliano I da Baviera. Com receio das reações do setor hoteleiro, o monarca autorizou a venda de cerveja, mas não fez o mesmo para a venda de comida nestes espaços.

A cerveja: Munich dunkel (Lager)


- O estilo clássico de Munique é uma lager castanha, mais escura e de sabor a malte mais acentuado do que outras lagers da região.

- Cerveja de baixa fermentação e teor alcoólico entre 4,5% e 5,6%.

- Originária de Munique, tornou-se popular na região da Baviera, sobretudo na zona francófona, com versões mais escuras e amargas.

8. Pilsen - República Checa

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Foi em 1842 que Josef Groll, mestre cervejeiro natural da Baviera, chegou à cidade checa de Pilsen com uma missão: criar uma cerveja deliciosa e de qualidade. Antes disso, em 1838, as críticas à qualidade da cerveja produzida pelas casas burguesas tinham chegado ao ponto de 36 barris serem despejados numa das praças principais, com a cerveja a ser declarada imprópria para consumo. Quando, a 5 de outubro de 1842, é aberto o primeiro lote de pilsner, a cerveja surpreende pelo seu sabor único. Estavam lançadas as bases para esta lager dourada se tornar um fenómeno de popularidade internacional. Não é surpreendente que a marca tenha sido registada, sendo hoje conhecida como Pilser Urquell, e que a cervejaria onde foi criada seja um dos locais mais visitados da República Checa.

A cerveja | Pilsner (Lager)

- Cerveja de baixa fermentação, com adição de leveduras a temperaturas baixas.

- Teor alcoólico de 4% a 5,5% e cor pálido-dourada.

- O sabor equilibra o doce proveniente do malte, de caráter levemente granulado e com uma suave qualidade tostada, com o amargor pronunciado que se deve ao clássico lúpulo checo Saaz.

Toma nota

Outro estilo de cerveja particularmente marcado pela história e geografia é a India Pale Ale (IPA), uma ale preparada para ser expedida, tal como o nome indica, para a Índia, no final do século XVIII e início do século XIX. Caracteriza-se pelo elevado teor alcoólico (entre 5% e 7,5%), cor dourada ou âmbar, e sabor fortemente amargo devido à grande quantidade de lúpulo utilizada. Historicamente, este lúpulo era acrescentado para servir de conservante natural, dadas as suas propriedades antisséticas, permitindo que a cerveja se preservasse na sua longa viagem de barco entre o Reino Unido e a Índia.

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